Crítica de "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" #1

Crítica de 'Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore' #1 | Ordem da Fênix Brasileira
"Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" — Um retorno merecido à magia
Por Vinícius Muniz | Ordem da Fênix Brasileira

Depois de muita espera, finalmente "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" estreou nos cinemas. O filme anterior, "Os Crimes de Grindelwald", chegou às telonas em novembro de 2018. Foram mais de três anos de hiato do Mundo Bruxo, mas o retorno à magia valeu a pena — apesar das polêmicas trouxas que envolvem a franquia.

O filme começa com Alvo Dumbledore (Jude Law) indo a um restaurante para se encontrar com Gerardo Grindelwald (Mads Mikkelsen). Quando este chega, os dois bruxos discutem sobre o passado, como seus objetivos eram alinhados e sobre o pacto de sangue que fizeram quando eram jovens. Grindelwald, então, deixa claro que ele pretende destruir o mundo trouxa com ou sem a ajuda de Dumbledore. A cena, magistralmente interpretada por Law e Mikkelsen, é intimista e atribui um tom sério à relação (amorosa ou não) dos dois.

Com esta introdução, Mikkelsen já pode ser considerado como o Grindelwald definitivo da franquia, pela sua maneira única de atuar, dando ao vilão a profundidade necessária para se apresentar como uma ameaça. Estávamos acostumados com Johnny Depp e seu visual característico, mas o ator dinamarquês consegue, com mérito, apresentar uma nova versão do personagem.

O elenco todo, incluindo a equipe liderada por Newt Scamander (Eddie Redmayne), está incrível. E, claro, a nossa representante brasileira, Maria Fernanda Cândido, brilha como Vicência Santos e mostra presença de tela nas poucas cenas que participa. Além disso, o Ministério da Magia dos Estados Unidos do Brasil, mesmo que rapidamente, também aparece no filme!

Não é segredo nenhum que o título "Animais Fantásticos" não estava fazendo muito jus aos enredos apresentados nos filmes anteriores. A boa surpresa é que, nesta continuação, os animais fantásticos ganham mais destaque, principalmente a criatura mitológica chinesa Qilin. Newt explica a Jacob Kowalski (Dan Fogler) que o Qilin é extremamente raro e uma das criaturas mais amáveis do Mundo Bruxo, porque ele consegue ver a alma de uma pessoa e vislumbres do futuro. Por isso, Grindelwald pretende usar a magia do Qilin para manipular as eleições a seu favor e ser eleito como o Chefe Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos.

A trama se desenrola entre idas e vindas com a nostalgia. Para os fãs que cresceram com "Harry Potter", rever Hogwarts sempre é uma boa pedida — ainda mais com os acordes instrumentais clássicos da franquia do menino que sobreviveu que tocam em cenas emblemáticas, acompanhados de outras referências (os famosos easter eggs). Alguns ganchos deixados pelo filme anterior são resolvidos, como a verdadeira história de Credence/Aurélio (Ezra Miller) e o destino de Jacob e Queenie Goldestein (Alison Sudol). A irmã de Queenie, Tina (Katherine Waterston), por sua vez, aparece como participação especial.

Apesar de o filme terminar com um final feliz, as reviravoltas das cenas anteriores prenunciam o que todos esperam: o duelo do século entre Alvo Dumbledore e Gerardo Grindelwald vai acontecer. Por enquanto, vimos só uma amostra do embate entre os dois após a ruptura do pacto. Se será no quarto ou quinto e último filme, ninguém sabe ainda. Mas que pelo menos seja lendário, como contado nos livros de "Harry Potter".

"Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" é um filme mais político e menos complexo e sombrio que "Os Crimes de Grindelwald" (ainda bem). Também é mais divertido e emocionante que o primeiro, lançado em 2016. E, de fato, corrige alguns erros cometidos na franquia até aqui. É o melhor filme dos três e, portanto, é um verdadeiro e merecido retorno à magia.