Miriam Margolyes, a Professora Sprout, reflete sobre autoestima e revela como mantém relacionamento há 52 anos com sua parceira

Miriam Margolyes, a Professora Sprout, reflete sobre autoestima e revela como mantém relacionamento há 52 anos com sua parceira | Ordem da Fênix Brasileira
A atriz britânica Miriam Margolyes (Professora Pomona Sprout) conversou recentemente com o jornal The Guardian para promover seu novo documentário, "Miriam's Big Fat Adventure", que estreia na BBC Two em 9 de março. Durante a entrevista, Margolyes refletiu sobre seu peso e revelou como mantém um relacionamento de quase 52 anos com sua parceira — mesmo não morando juntas (ainda).

Sua personalidade forte — empatia, energia e bom humor — foi considerada perfeita para a realização das duas partes de "Miriam's Big Fat Adventure". Depois de uma vida inteira preocupada com seu peso, Margolyes, aos 78 anos, embarca em uma jornada para descobrir por que a população do Reino Unido está ficando cada vez mais obesa. A atriz analisará a crise de obesidade, o movimento "Corpo Positivo" e também explorará seu próprio relacionamento com a balança.

"Fiquei gorda a vida toda e queria descobrir o motivo", diz. "Eu poderia mudar? E como as outras pessoas lidam com isso? [Estar acima do peso] afetou e infectou todas as partes da minha vida. Me tornou menos atraente, sexualmente falando. Eu era muito infeliz quando adolescente." Isso também a fez desenvolver seu senso de humor, "porque você não pode sair por aí sendo miserável o tempo todo, então você precisa fazer as pessoas rirem."

Margolyes começou a ganhar peso quando tinha oito ou nove anos. "Eu olho para mim mesma e me sinto angustiada, ansiosa, decepcionada, com inveja de pessoas que não estão [acima do peso], irritada por não conseguir roupas que sirvam." Ela ficou surpresa, quando conheceu algumas mulheres maravilhosas e capacitadas do movimento "Corpo Positivo", ao descobrir que as pessoas podem não ser magras mas felizes. "Eu realmente nunca acreditei nisso até conhecer essas pessoas", diz ela, arregalando os olhos. "Eu as admirava. Gostaria de poder ser assim." Fazer o documentário a tornou menos dura consigo mesma: "Acho que sou muito mais compassiva comigo do que costumava ser."

A atriz não teve sua primeira namorada até os 27 anos. Ela sabia que era gay desde tão nova? "Não, acho que não. Eu acho que tudo veio como uma bomba. Eu costumava ter atração [por mulheres] e as paixões eram incrivelmente obsessivas. Eu realmente não estava interessada em homens e ainda não estou — não estou interessada em suas almas, porque muito poucos homens têm almas. Quando você encontra um que tem, vale a pena. A maioria deles é tão banal. E se você não é sexualmente interessada em homens, eles são insuportavelmente banais."

Talvez ela esteja apenas conhecendo os homens errados? "Pode ser. Eu posso gostar deles e ter meus amigos do sexo masculino, mas simplesmente não sinto excitação na virilha com eles."

Margolyes está com sua parceira, que é australiana e mora na Holanda, há quase 52 anos. Qual é o segredo? "Eu acho que é o amor e a confiança, para dizer a verdade. Nunca deixei o sol se pôr em uma briga. Não moramos juntas, e é provavelmente por isso que ficamos juntas por tanto tempo. Ela gosta de trabalhar e eu também. Comunicação: você deve conversar com seu parceiro." Sua parceira mora na Holanda e as duas se veem apenas oito vezes por ano. "Falo com ela todos os dias ao telefone, às vezes mais de uma vez."

Atualmente as duas conversam sobre morar juntas. O relacionamento continuaria dando certo? "Não sabemos, nós teríamos que descobrir. Acho que sim, porque realmente nos amamos. Eu a amo cada vez mais", sorri. "Não sei se ela me ama mais e mais."

Elas ainda gostam uma da outra depois de todo esse tempo? "Não sinto desejo físico, mas desejo mental. Adoro conversar com ela, e suponho que meus momentos mais felizes estejam realmente deitados na cama com ela, olhando para o teto e conversando. Essa é a minha grande alegria."