Crítica de "Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald" #7

Crítica de 'Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald' #7 | Ordem da Fênix Brasileira
"Animais Fantásticos": altas emoções no universo de J.K. Rowling
Por Isabela Boscov | Veja

Não sou nem de longe a primeira a perceber isso, mas como J.K. Rowling é esperta: em vez de desgastar o universo de Harry Potter com alguma série oportunista e derivativa (como fez Peter Jackson, ao diluir O Senhor dos Anéis com O Hobbit), J.K. bolou em Animais Fantásticos toda uma história pregressa das relações entre magos e "trouxas" – mais sombria que Harry Potter e mais adulta também, como o é hoje o público que ela cativou anos atrás com seus livros.

Em Os Crimes de Grindelwald, o feiticeiro rebelde do título (Johnny Depp, sensacional no papel) vem mobilizando as massas de bruxos e bruxas descontentes por meio de um discurso que fala à sua insatisfação de estar à margem. Defendendo a facção oposta, a da convivência cautelosa e pacífica, está Dumbledore (Jude Law, em mais um grande momento). Misteriosamente, Grindelwald e Dumbledore, os bruxos mais poderosos de sua época, não querem se enfrentar diretamente – e daí procurarem recrutar Credence (Ezra Miller), de um lado, e Newt Scamander (Eddie Redmayne), do outro, para travar sua guerra.

Menos redondo que o primeiro Animais Fantásticos, este Os Crimes de Grindelwald, entretanto, desemboca num clímax de chocar e arrepiar. Ouso dizer que, nunca, no universo de J.K. Rowling, as emoções foram tão intensas quanto neste desfecho.