Como foi assistir (de novo) a "Harry Potter e o Cálice de Fogo" no cinema depois de 20 anos

Hoje foi um dia muito especial para todos os fãs de "Harry Potter"!

Em comemoração ao vigésimo aniversário de estreia de "Harry Potter e o Cálice de Fogo", a Warner Bros. relançou o filme em sessões especiais por todo o Brasil.

Como de costume, publico mais um texto pessoal sobre o relançamento de um filme da série. Desde 2021, conto um pouco sobre como foram as experiências ao rever "Pedra Filosofal", "Câmara Secreta" e "Prisioneiro de Azkaban" no cinema depois de duas décadas.

Em novembro de 2005, aos 12 anos, eu estava bem mais acostumado a me informar sobre as novidades de "Harry Potter" através da Internet e de revistas e jornais aleatórios. Acho que "O Cálice de Fogo" foi o primeiro filme da franquia que eu assisti com um certo "senso crítico", pois já tinha noção do desafio que era adaptar um livro enorme, com tantos detalhes, para um único filme (apesar de que este quase foi dividido em duas partes — o que aconteceu somente com "Relíquias da Morte" alguns anos depois). Percebi logo no começo que o filme manteria o foco nas cenas e narrativas principais do livro. Com a abertura na casa dos Riddle e, em seguida, a Copa Mundial de Quadribol, tive que aceitar a ideia de que várias cenas seriam cortadas. Acho que muitos fãs adorariam ver a ida dos Weasley até a casa dos tios trouxas do Harry para convidá-lo ao evento esportivo e a apresentação da elfa Winky! Mas, tudo bem, era só uma adaptação e o livro continua disponível para ser lido e relido.

"Prisioneiro de Azkaban", no ano anterior, surpreendeu pelo inédito tom sombrio. Com "O Cálice de Fogo", tendo o Torneio Tribruxo e o retorno de Você-Sabe-Quem como destaques, não seria diferente (além do humor pontuado e das cenas de ação de tirar o fôlego). As apresentações de Beauxbatons e Durmstrang sempre me chamaram a atenção, assim como cada uma das tarefas do Torneio. E, mesmo vinte anos depois, rever no cinema a ira do dragão Rabo-Córneo Húngaro, os ameaçadores sereianos e grindylows e o tenebroso labirinto continua surpreendente. É óbvio que, com o passar do tempo, alguns efeitos especiais podem parecer antiquados, mas são somente detalhes da tecnologia de sua época (e só são percebidos se prestarmos bastante atenção). Algumas novidades no elenco também eram muito aguardadas pelos fãs e foram bem recebidas, como o professor Alastor "Olho-Tonto" Moody, Fleur Delacour, Vítor Krum, Cedrico Diggory, Rita Skeeter, Cho Chang e Lorde Voldemort. A direção de Mike Newell e a trilha sonora de Patrick Doyle ajudaram a engrandecer ainda mais o filme.

Eu lembro que o Baile de Inverno também estava presente na divulgação (e eu já imaginava como seria engraçado ver na telona o Harry dançando de maneira desengonçada e o peculiar traje a rigor do Rony). Os trailers do filme eram mais sérios e alguns materiais apresentavam a evolução do trio protagonista até então. Como fã, era primordial saber de cada detalhe daquele que seria o melhor filme do ano. O site oficial disponibilizava vários recursos e interatividade (eu sinto saudade do Flash) e inúmeros produtos foram comercializados. Era tão bom ser fã de "Harry Potter" (ainda é!).

E o que dizer sobre o cemitério e o temível e inevitável retorno de Lorde Voldemort? Eu li e reli inúmeras vezes as cenas no livro e, ao ver a representação com atores reais, foi algo incrivelmente marcante. A cena final de Cedrico Diggory até hoje emociona e foi a primeira vez que vimos algo assim nos filmes. O conhecimento sobre o livro, as notícias e a divulgação por todos os lados prenunciavam o tom sombrio e de suspense que poderíamos esperar de "O Cálice de Fogo" e dos futuros filmes, com um destaque especial para a frase do pôster que eu via no cinema meses antes da estreia: "Tempos difíceis estão por vir, Harry."

Como fã, eu assisto ao filme até hoje com muito carinho. E revê-lo no cinema depois de vinte anos só fez com que eu admirasse ainda mais a série. A nostalgia daqueles bons tempos e o carinho a "Harry Potter" continuam formando uma união realmente mágica.

E, assim como comemoramos as reestreias de "Pedra Filosofal", "Câmara Secreta", "Prisioneiro de Azkaban" e "Cálice de Fogo", que venham os vinte anos de lançamento de "Ordem da Fênix", "Enigma do Príncipe" e "Relíquias da Morte - Partes 1 e 2"! ⚡