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#88
A chuva engrossava à medida que o trem avançava mais para o norte; as janelas agora iam se tornando um cinza sólido e tremeluzente, que gradualmente escureceu até as lanternas se acenderem nos corredores e por cima dos bagageiros. O trem sacolejava, a chuva fustigava, o vento rugia, mas, ainda assim, o Prof. Lupin continuava adormecido.
– Devemos estar quase chegando – disse Rony, curvando-se para a frente para olhar, além do professor, a janela agora completamente escura.
Nem bem essas palavras tinham saído de sua boca e o trem começou a reduzir a velocidade.
– Legal – exclamou Rony, levantando-se e passando com todo o cuidado pelo Prof. Lupin para tentar ver lá fora. – Estou morrendo de fome. Quero chegar logo para o banquete...
– Nós ainda não chegamos – disse Hermione, consultando o relógio. – Então por que estamos parando?
O trem foi rodando cada vez mais lentamente. Quando o ronco dos pistões parou, o barulho do vento e da chuva de encontro às janelas pareceu mais forte que nunca. Harry, que estava mais próximo da porta, levantou-se para espiar o corredor. Por todo o carro, cabeças, curiosas, surgiram à porta das cabines.
O trem parou completamente com um tranco, e baques e pancadas distantes sinalizaram que as malas tinham despencado dos bagageiros. Em seguida, sem aviso, todas as luzes se apagaram e eles mergulharam em total escuridão.
Capítulo 5, O dementador
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