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#55
Segunda tarefa do Torneio Tribruxo
O lago estava tão frio que ele sentiu a pele das pernas arder como se estivesse no fogo e não na água, à medida que ele foi se aprofundando no lago; agora a água lhe batia pelos joelhos, e seus pés, que rapidamente perdiam a sensibilidade, escorregavam pelo lodo e pelas pedras chatas e limosas. Harry mastigou o guelricho com mais força e pressa que pôde; era borrachudo e viscoso como tentáculos de polvo. Com a água gélida pela cintura ele parou, engoliu a erva e esperou que alguma coisa acontecesse.
Ouviu os espectadores rirem e concluiu que devia estar com cara de idiota, entrando no lago sem dar sinal algum de poder mágico. A parte do seu corpo ainda seca se encheu de arrepios; semi-imerso na água gelada, uma brisa impiedosa levantando seus cabelos, Harry Potter começou a tremer violentamente. Evitou olhar para as arquibancadas; as risadas estavam mais altas e ele ouvia assobios e vaias de alunos da Sonserina...
Então, inesperadamente, Harry teve a sensação de que uma almofada invisível estava cobrindo sua boca e seu nariz. Ele tentou respirar, mas isto fez sua cabeça girar; seus pulmões se esvaziaram e ele sentiu uma dor súbita e lancinante dos dois lados do pescoço...
Harry levou as mãos à garganta e sentiu duas grandes aberturas abaixo das orelhas abanando no ar frio... ganhara guelras. Sem parar para pensar, ele fez a única coisa que lhe pareceu ajuizada – se atirou no lago.
O primeiro gole de água gelada do lago lhe pareceu um sopro de vida. Sua cabeça parou de girar; ele tomou mais um gole e sentiu-o passar suavemente pelas guelras e bombear oxigênio para o seu cérebro. Ele estendeu as mãos para a frente e olhou-as. Pareciam verdes e fantasmagóricas debaixo d’água e haviam nascido membranas entre os dedos. Ele se contorceu para ver os pés descalços – tinham se alongado e igualmente ganho membranas; parecia também que saíam nadadeiras do seu corpo.
A água não parecia mais gelada, tampouco... pelo contrário, se tornara agradavelmente fresca e muito leve... Harry recomeçou a bracejar, admirando-se como seus pés com nadadeiras o impeliam pela água e registrando que estava enxergando com muita clareza e não sentia mais necessidade de piscar. Logo nadara uma distância tão grande em direção ao meio do lago que deixara de ver seu leito. Deu uma cambalhota e mergulhou em suas profundezas.
Capítulo 26, A segunda tarefa
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