Crítica de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" #5

Crítica de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2' #5 | Ordem da Fênix Brasileira
CRÍTICA DE HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2
Por Richard Godwin | London Evening Standard
Via ScarPotter


E então chegamos ao final, graças a Dumbledore!

O oitavo e último filme da franquia Harry Potter é quando os bons e os maus mostram como vai ficar e o mistério central é revelado. Tudo acontece com uma espetacular batalha em Hogwarts, uma aparição espiritual de Harry e uma investida final ao Hotel St. Pancras restaurado até que retornamos para onde tudo começou: a estação de King's Cross.


Você precisa aprender o básico que todos sabem sobre Potter para ver sentido em tudo isso, mas não será problema para a maior parte das pessoas que vê o filme. Milhares de crianças, pais e aqueles que deveriam saber mais não vão lembrar o que é uma Horcrux - o diretor David Yates dá um jeito nisso. De fato, de certas maneiras, ele ajudou com a deficiência do último livro. O livro Relíquias da Morte tem um problema central que foi a editora Bloomsbury, que pareceu relutante em mudar algo que J. K. Rowling tivesse escrito. A prosa escorre por centenas de páginas sem nunca chegar a um foco. Esta (e talvez com um espírito de "quero dobrar o dinheiro") é a razão pela qual a história foi dividida em dois filme. Dá pra ver que Yates quis dar energia de clímax a tudo, mas com todos os feitiços renderizados digitalmente com Voldemort e seu exército sombrio enfrentando os alunos de Hogwarts destemidos, não supera a qualidade épica existente nos filmes dos Senhor dos Anéis.

Existe, entretanto, uma conversa celestial entre Harry (Daniel Radcliffe) e seu mentor Dumbledore (Michael Gambon), e um flashback comovente no qual descobrimos sobre o papel crucial interpretado pelo Professor Snape (Alan Rickman) na história. As cenas dele com o nasalmente desafiador Voldemort (Ralph Fiennes) são agradavelmente sinistras.

Neste momento, temos plena certeza do alcance do trio principal como atores. Devendo ter recebido imensa pressão - não menos do que seu próprio corpo se transformando -, Radcliffe levou, nas suas agora bastante corpulentas costas, quantias bilionárias da Warner Bros. e as expectativas de fãs.

Rupert Grint, como Rony, e Emma Watson, como Hermione, também podem respirar aliviados. Dos três, dá para sentir que Watson é a que mais tem a oferecer no futuro ("Você poderia fazer melhor!", você sente que vai chorar quando Hermione e Rony finalmente se beijam apaixonadamente).

Um time britânico de atores talentosos proveram o resto. Mais de Jim Broadbent e Helena Bonham Carter não seria exagero.

Particularmente amei Maggie Smith como Professora McGonagall canalizando mais do que nunca "Primavera de uma Solteirona". Matthew David Lewis, como Neville, o fracote que fica bom, fornece boas vindas salgadas do norte.

Mas as estrelas verdadeiras são os exércitos de técnicos responsáveis pelos ghouls [está falando sobre os dementadores] que flutuam sinistramente ao redor de Hogwarts; a cena na qual tudo no que os heróis tocam multiplica; e o dragão voando por Londres. Esta é a magia de verdade, e talvez nosso último produto cinematográfico autêntico. O legado deste trabalho vai animar as imaginações para os anos que vierem.